a MALTA do BOSQUE

segunda-feira, abril 23, 2007

de rusti para rusti

da mão direita à outra do mesmo homem vai por vezes uma distância obscura.
não se trata de uma parte de esconder intenções ou até acções. é outra coisa.
quando, para receber alguém, abres os braços, a referida distância aumenta e a mão,
em cada ponta, assinala um certo modo, simpático é certo, com que o teu corpo se dispersa.

quando o abraço se concretiza e nas costas do outro as mãos finalmente se reencontram, formalizam um símbolo, ao mesmo tempo, desolador e esperançoso: é que só nas costas do outro as tuas duas partes se unem com uma energia digna de admiração.

experimenta, sem outro corpo no meio, unir com força, com violência até, as tuas mãos,
e verás o ridículo, perceberás a diferença de intensidade.

mas por vezes - como bem o sabes - não há outro corpo.



A BICICLETA, GMT